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Um passo nunca vem só

Um passo nunca vem só

Dias menos bons, quem nunca teve que atire a primeira pedra #30

Corrida.jpg

 

Ando triste. Não consigo evitar o sentimento, mas a verdade é que faz parte da vida, e também faz falta. Todos temos momentos menos bons, situações que nos afetam e mal de nós se não formos capazes de as aceitar, de as compreender e de tirar alguma lição daí.

 

 

Há mais de um ano (desde que se começou a falar na vinda do Papa a Portugal) que tenho combinado o desafio Évora – Fátima a correr, em 4 etapas, sensivelmente 40 km por dia. A sugestão surgiu num convívio depois de um treino e nem foi preciso falar muito nisso, é claro que o iríamos fazer.

 

 

A ideia seria um grupo pequeno, com uma logística controlada, dormidas e comidas planeadas, um carro de apoio, traçar uma rota (não necessariamente a dos peregrinos) e pormo-nos ao caminho.

 

 

Cada um dos 6 que vai cumprir este desafio treinaria por si. E foi com o desafio de Fátima em mente que desde o Verão passado me comecei a dedicar aos treinos longos e provas de ultradistância (+44 km). E estava a correr tudo como planeado, até ao trail de Monsaraz…

 

 

Depois desta última prova comecei a sentir as pernas presas nos treinos, um cansaço anormal, dores nas pernas, uma respiração estranhamente ofegante e a sentir-me incapaz de fazer um treino curto dentro daquele que era já o meu ritmo normal e de conforto.

 

 

Resolvi então pedir umas análises para confirmar o meu pior receio, a anemia ferropénica que tinha tido em 2015 está de volta. A notícia caiu como uma bomba, quando o médico me pergunta “com estes valores, não tem tonturas e desmaios, consegue correr?”. Por algum motivo, ainda não identificado, praticamente esgotei as minhas reservas de ferro, sem ferro não há produção de glóbulos vermelhos, há menos hemoglobina e falta oxigénio no organismo.

 

 

Claro está que já estou medicada, com uma dose cavalar. Ando aplicadíssima em mezinhas e numa alimentação que seja rica em ferro e vitamina C e ando a treinar menos para evitar desgaste desnecessário de ferro.

 

 

Mas ando triste, porque reconheço que tenho de abdicar de cumprir o desafio. Vou obviamente acompanhar os meus companheiros de aventura, vou obviamente correr com eles alguns quilómetros, pedalar outros talvez, mas vou ter que desistir do plano inicial, pela minha saúde.

 

 

Depois de Fátima, farei mais exames, uma colonoscopia e uma endoscopia, para despistar causas invisíveis para esta situação, porque aparentemente a única coisa que a justifica será o desequilíbrio entre o consumo insuficiente e o desgaste excessivo por via do exercício físico, aliada ao facto de eu por norma não ter estes valores muito elevados.

 

 

Eu que gosto tanto de desafios, passava bem sem este, mas já que cá está resta-me encará-lo como faço com todos os outros e a dar o melhor de mim, porque posso não ter ferro, mas ainda assim não é fácil vergar.

 

Além disso digam lá se das voltas que a vida dá, a volta por cima não é a melhor que ela pode dar? ;)

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