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Um passo nunca vem só

Um passo nunca vem só

P’ra enrijar os ossos? Cálcio e trail! #16

Comecei a correr em 2014 e foi ainda nesse ano que experimentei ir correr para o campo. Não fiz nenhuma prova de Trai Running em 2014, nem em 2015. Limitei-me a fazer treinos em serra, alguns nem sequer em serra, apenas corrida em zonas rurais com alguns declives (mais registo de corta-mato).

 

Foram sempre corridas em grupo, empolgantes! O contacto com a natureza, as paisagens e os caminhos que nem imaginava que por ali se escondiam. A Serra de Valverde, a Serra D’Ossa, a Azaruja, Nª Sra. de Machede ou a Boa Fé renderam (sempre) muitas horas a subir e descer estradas, estradões, corta-fogos e trilhos, a molhar os pés para passar riachos e ribeiras. Renderam lições de geografia, fotografias de paisagens de cortar a respiração e mais, renderam curiosidade pelas provas.

 

Gostei das experiências a achei que valeria a pena experimentar as provas de Trail Running em 2016, e foi assim que fui a Estremoz (17km), a Monsaraz (12km), ao Gerês (27km), aos Açores (20km), à Lousã (27km) e a Monchique (34km).

 

Tem sido um ano para aprender muita coisa, a principal: o trail não nos mata, mas torna-nos mais fortes, literalmente! É tipo cálcio, enrijece-nos a estrutura física, mas também a mental. Este enrijecimento não é por acaso, é fruto da nossa capacidade de relativizar. Depois de passares por determinadas coisas, há outras que deixam de ter importância.

 

É claro que há trails e trails. Nem todas as provas são iguais e ainda bem. Há provas que são autênticos corta-matos com subidas de bónus e outras são autênticas escaladas com escassas oportunidades de correr.

 

Em todos os casos hão de sempre haver umas subidas tramadas (parte pernas) umas descidas valentes (arranca unhas), uns trilhos com mato alto e espinhoso (risca cromado), uns riachos (ensopado de peúga, na melhor das hipóteses) e, com sorte, lama, rochas, lajes, ravinas, escarpas, veredas, troncos, muros, vedações, porteiras. Todo o tipo de obstáculos naturais e construídos que fazem do mato um autêntico parque de diversões (para quem se consegue divertir) ou uma mega sala de tortura (para quem não se consegue divertir e sofre, muito!).

 

Para o bem e para o mal, em todos se cresce, em todos se aprendem lições importantes, sobre o equipamento, as assaduras e as unhas negras, sobre como descer, subir, pular e trepar, sobre como gerir o esforço, sobre como nos alimentarmos, e sobre companheirismo.

 

O trail é sempre duro. Em última análise são provas para gente dura, paciente e resiliente. São provas onde ganha terreno quem tem melhores condições físicas (naturalmente), mas fundamentalmente quem tem maior capacidade de sofrimento. E quem chega ao fim ganha sempre!

 

Para terminar o ano elegi Barrancos, na distância de 42 km. Vai acontecer dia 19 de Novembro, e vamos ser muitos a participar. Vai ser duro, vai doer, mas vai tornar-nos a todos mais fortes e vai render memórias daquelas que são repetidamente contadas e que nos enchem de nostalgia.

 

Diz que o cálcio é bom para os ossos… o trail ainda é melhor.

 

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